O meu contato com o mundo das letras começou cedo. Antes mesmo de "me entender por gente" já trouxe no pacote a curiosidade, que fez com que me apaixonasse pelas palavras bem antes de conhecer seus significados. Aos seis anos de idade, ganhei uma cartilha e, a partir daí, comecei a escrever a minha própria história.
Palavras faladas, palavras cantadas, palavras contadas, palavras em forma de carta, em quadrinhos, em anúncios, em placas, em cartazes, em versos, em prosa...
Quando eu tinha uns dez anos de idade, na escola que ficava bem em frente à minha casa foi inaugurada uma biblioteca, alegria tota! Claro que fui lá! Bisbilhotei, olhei, perguntei e curti tanto, que acabei caindo nas graças da professora que tomava conta e ela logo me convidou pra ser monitora. Quase "inflei" de tanta felicidade! Agora tinha motivos para ir pra lá quase todos os dias e, além de organizar, repor livros e cadeiras nos lugares, podia buscar nas prateleiras o livro que tivesse vontade de ler.
Fui crescendo como as outras crianças, mas tinha um diferencial, encontrei nos livros companheiros para todas as horas: hora da distração, hora de ficar em fila de banco ou de mercado, hora de viajar de ônibus, hora de esperar a hora passar...e assim, o hábito de ler foi se enraizando na minha vida.
Engraçado que, com o casamento precoce, a formação da família e a criação dos filhos eu parei de estudar por muito tempo, mas de ler, nunca! Foram tantos os livros, que jamais consegui saber a quantidade lida em um ano. Foram tantos comprados, emprestados, devolvidos e também "cedidos temporariamente" sem a menor pretensão de recebê-los de volta que não conheço matemática que os conte.
Os livros têm formado minha identidade, que continua sendo refeita, reconstruída, renovada e reinventada a cada dia. Com eles, foram somadas à minha vida mais coisas pra pensar, mais novidades e diferentes formas de refletir e de imaginar.
Finalizando, vou contar pra você que, entre tantos livros que li, existe um que tem guiado e orientado a minha vida há mais de vinte anos, a Bíblia Sagrada. Esse eu leio, releio, estudo e reestudo, assim, vou me aprofundando um pouquinho todos os dias.
E quem foi que disse que livro não é alimento? Eu garanto que é. Alimento para a vida, para a saúde, para os relacionamentos, para a família e, também, para a alma!
Silvia Nóbrega
